quarta-feira, 8 de junho de 2011

Caio Fernando Abreu

"Agora você me tem, agora eu tenho você. Nada mais importa. O resto? Ah, o resto são os restos. E não importam."


Nem preciso dizer que Caio fala por mim.

Ausência


No teu corpo branco, um dia toquei
Tinhas o perfume que me deixava sem ação
Nos teus olhos, sem pensar, mergulhei
Como quem procura por alguma explicação.
Quando retornei, já não estavas mais ali,
Tinhas ido procurar o seu lugar,
E por vezes, sem pensar, me pegava procurando o seu olhar.
Presa em minha angústia, buscava uma razão
Pois sabia que do outro lado alguém podia lhe abraçar
Aquele mesmo afago que me havias dado por amor
E que hoje, a sua ausência me deixava sem saber como continuar.
Passei noites, sem dormir, a imaginar
Onde estava fixado o teu olhar, e em vão eu tentava demonstrar
Que sem ti não há motivos para amar.
Depois veio o sono, o sonho, a saudade
Quando despertei era claro o que sentia
Toda essa melancolia, essa inexplicável e cruel agonia
Era o reflexo da sua ausência que doía, que insistentemente me feria.
E agora, pergunto-me, desesperadamente:
Onde estão seus olhos? Será que estão a me esperar?
Mas então, lágrimas rolam por minha face
Pois distante você não pode me tocar.
Onde guardar essa dor? Se quem amo não está comigo.
Como dar amor? Se esse sentimento não pode ser em vão oferecido.
Onde está encostada a sua face? Que eu senti nos meus sonhos dormindo.
Em mim, o seu perfume permanece intacto, e as lágrimas
São as gotas de chuva que rolam pela janela do teu quarto,
Mostrando que eu choro docemente a espera de reencontrar-te.
Agora, os dias são mais longos, e a espera parece nunca terminar
De longe, noto que essa mesma espera só lhe faz desesperar,
Pois acreditas que meu coração não estará contigo,
Mas no fundo sabes que meu corpo espera o seu abrigo.
Quero-te! Saiba disso, sem receios, pois despertaste em mim
O mais sutil desejo, e ao pensar em tudo o que viveremos,
Meu corpo grita, minha alma suplica, pela espera do teu beijo.
Como dói essa saudade, como sangra essa ausência,
Só me resta a companhia da chuva, nesta noite de sombras,
E por vezes, o silêncio me assusta, então recordo a sua voz,
Pois nela encontro a minha paz, e sei que ninguém mais
Poderá me acalmar, por um segundo me acalmar.
E pergunto-me mais uma vez: onde estás?
E sua voz insiste em me procurar, e percebo, então
Que mesmo distante não estou sozinha, pois a tua alegria agora é minha
Já tomada pelo sono, chego lentamente em teus sonhos e digo-lhe:
Leve minhas angústias, minhas esperanças, leve também os meus desejos contigo,
E agora, nessa espera interminável, trocaria a eternidade pelo seu carinho.
Neste momento, já não importa o que eu digo
Tudo parece clichê, tudo soa repetido, mas olhe fixamente em meus olhos,
E saberá que tudo o que eu mais quero é poder compartilhar meus sonhos,
Meus desejos escondidos, e poder dividir as delicadezas de um sentimento,
Que pelos desencontros da vida, ainda não foi permitido.

Leticia Nunes
Bem, vou começar postando algo que escreveram para mim..






Luciendo rápidamente

El esperar por tu sonrisa

Todo quedó calmo por un instante

Igual que un día de infancia

Cuando todo parece ser mejor

Inolvidable será por siempre tu olor en mis sábanas

Ahora sé que lo que puedo esperar es tan solo tu adiós.


(...)